Entre Verdugos e Sedutores

ebook Modernidade e (Des)mascaramento na Prosa de Hilda Hilst

By Carlos Eduardo dos Santos Zago

cover image of Entre Verdugos e Sedutores

Sign up to save your library

With an OverDrive account, you can save your favorite libraries for at-a-glance information about availability. Find out more about OverDrive accounts.

   Not today
Libby_app_icon.svg

Find this title in Libby, the library reading app by OverDrive.

app-store-button-en.svg play-store-badge-en.svg
LibbyDevices.png

Search for a digital library with this title

Title found at these libraries:

Loading...
Partindo da constatação de que a crítica especializada sobre Hilda Hilst pouco disserta a respeito das características históricas, sociais e políticas de sua obra, este livro procura desenvolver uma leitura interpretativa de parte de sua literatura, ligando-a ao contexto de produção. O primeiro capítulo destina-se a comentar os vários textos publicados sobre os diversos gêneros em que a autora escreveu. Após traçar as diferentes perspectivas críticas, segue, na segunda parte, a leitura interpretativa da peça teatral O verdugo (1969), cujo foco é posto em seu caráter alegórico, tendo em vista que é com o seu teatro que temas ligados ao inconcluso processo de modernização brasileira começam a se configurar mais sistematicamente: a permanência de relações arcaicas no presente, a mistura das instâncias pública e privada, a relativização do sujeito e a força subjugadora do capital. O trabalho continua com o tracejo de um panorama da prosa ficcional de Hilda Hilst, estendido de 1970 à década de 1990, quando passa a publicar sua irônica obra pornográfica. Recursos de sua dramaturgia são incorporados em seus textos futuros, como a metalinguagem, a forma alegórica e dialógica, o rompimento das barreiras entre os gêneros e a crítica à modernização desigual. Assim, Cartas de um sedutor (1991) parece ponto convergente das artimanhas literárias da autora. Sua apropriação de recursos teatrais, portanto, é analisada comparativamente aos procedimentos de O verdugo. Desse modo, o quarto capítulo busca entender o movimento dos disfarces, chave formal da peça de 1969 e o mascaramento da consciência organizadora do romance de 1991. O último capítulo também é destinado às Cartas de um sedutor, em que se analisa a posição do intelectual em meio às generalizações da mercadoria, a construção paródica, a aproximação de um dos enunciadores do romance com os narradores em primeira pessoa autoenvenenados da tradição da literatura brasileira e o choque entre forma literária e o conteúdo pornográfico da indústria cultural. O livro, portanto, procura investigar, sobretudo, a forma alegórica da prosa de Hilda Hilst, capaz de formalizar a modernidade simulada do Brasil.
Entre Verdugos e Sedutores